Tudo me parecia cinza, esparso e também estranho. E o mesmo acontecia com os dias, com as músicas, com a sua face iluminada em um filme noir clássico e impecável. Também as estrelas, o céu sufocante e infinito, o amor que nos aprisiona debaixo das principais constelações, anjos e Beethoven à parte.
Eu via tudo isso e tudo isso me parecia cinza, eu pensava, isso também está dentro de mim, enquanto eu caminho soturno pelos bares e avenidas, respiro, transbordo cambaleante pela superficialidade das coisas.

sexta-feira, novembro 18

Eu sou uma cena de filme triste que vive a angústia de nunca ser compreendido. Ninguém descobre o que eu digo em silêncio.

Eu sou o vazio do começo.

Eu sou esse alguém que se debruça na janela e olha o abismo sem medo. Porque não há nada ser dito ou esperado. 

Eu sou o replay.

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