Tudo me parecia cinza, esparso e também estranho. E o mesmo acontecia com os dias, com as músicas, com a sua face iluminada em um filme noir clássico e impecável. Também as estrelas, o céu sufocante e infinito, o amor que nos aprisiona debaixo das principais constelações, anjos e Beethoven à parte.
Eu via tudo isso e tudo isso me parecia cinza, eu pensava, isso também está dentro de mim, enquanto eu caminho soturno pelos bares e avenidas, respiro, transbordo cambaleante pela superficialidade das coisas.

segunda-feira, outubro 31

Da série: o amor era o golpe final.

Ando tão sentimentalismo barato, diário de infância, aquele doce que fica insuportável, nome de fim de caderno, ou: fim de sexta, saída pro shopping e depois restaurante com mesa pra dois e velas.

Que fizeram do meu sofrimento? Que faço de mim leve desse jeito? Agora vem brisa e eu voo. Eu me deixo levar.

Como é que se escreve feliz?

E sei que se pergunta o mesmo.

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