Tudo me parecia cinza, esparso e também estranho. E o mesmo acontecia com os dias, com as músicas, com a sua face iluminada em um filme noir clássico e impecável. Também as estrelas, o céu sufocante e infinito, o amor que nos aprisiona debaixo das principais constelações, anjos e Beethoven à parte.
Eu via tudo isso e tudo isso me parecia cinza, eu pensava, isso também está dentro de mim, enquanto eu caminho soturno pelos bares e avenidas, respiro, transbordo cambaleante pela superficialidade das coisas.

terça-feira, novembro 8

- Eu queria ser blue.

- Queria ser música ou cor? - ele perguntou daquele jeito esnobe, rindo da minha falta de jeito, quando tento explicar qualquer coisa. Ainda mais sobre mim.

- Dá no mesmo, Luís. Dá no mesmo.


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